GALÁCIA

GALÁCIA


José Carlos Barroso



Sempre me encantou a
vida de Paulo, então parti para a Galácia , era minha primeira viagem depois da libertinagem.

Ouvi os capítulos, e no quinto meditei os versículos. caminhei do dezesseis, e cheguei ao vinte e seis.

Peregrinei em Filipo, d
o um ao quatro, mas se a Galácia foi salvação, em Filipo um, encontrei a redenção.

No versículo vinte e um me aprofundei fui a frente ajoelhei no “Viver é Cristo Morrer é lucro”.



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

TRANCAFIARAM O "CORONEL":



Por José Carlos Barroso


Andando pelas ruas de minha cidade, cheguei à praça e fiquei admirado com um crime que sem querer acabei presenciando, e assim me tornando uma testemunha ocular.

Tratava-se de um crime cometido em face da arte arquitetônica, e principalmente ao patrimônio cultural de nossa cidade. E surpreendido pelo delito, minha reação foi exclamativa – Gente trancafiaram o Coronel!

E continuei – Como profissional do Direito só me resta interpor um Hábeas Corpus, para livrá-lo dessa cadeia pública, que querem impô-lo, como um bem a municipalidade. Mas por que? Não respeitam nem mesmo o estatuto do idoso.

Perguntei também há muitos que por ali passavam: Mas o que fez de ilícito esse nosso Coronel ao longo dos anos, que eu não fiquei sabendo? Sim porque eu estive com ele durante cincos e preciosos anos de minha vida, assim como todos da minha família, alias esta convivencia começou com meu avô, o Juca Barroso, ha cerca de cem anos atrás.

Fiquei ali observando os homens encarcerá-lo admirando até mesmo a rapidez com que executavam o serviço. Permaneci fitando-o por bom tempo, divagando pelas lembranças do meu tempo de criança, dos cinco até os meus dez anos, em que como muita honra com esse Coronel pude conviver.

Depois lembrando, e navegando entre saudades, agora mais adiante em pensamento, já no meu tempo de adolescente, tempo dos Beatles, do começo de meu namoro, por sinal com a mesma eu casei e tive meus preciosos filhos. Mulher de causar inveja, pois era a mais linda da época e, os que a conheceram não poderão negar, nem mesmo me contradizerem.

Quantas festas, farras, encontros, conversas, ali tivemos e vivemos. Alias foi ele que me viu pela primeira vez usando calça comprida, por sinal acompanhou todos os meus passos até aqui.

Sempre o achei o tal, imponente, austero, mas jamais soberbo, pois sempre foi uma constante receber todos com muita educação, sem distinção, e foram milhares que puderam sentir o gostinho desse paizão, e com que alegria ele nos acolheu, sempre nos abraçando forte. E até hoje ainda ele é assim, com outros pequeninos.

Pois é minha gente, ali com ele brinquei, estudei, pintei e bordei (não de fazer bordado claro) e agora está num cárcere, numa jaula, no xadrez, nos deixando sem saber o que de errado fez.

Calma, calma pessoal, o estou a dizer é da cercadura, isso mesmo, aquela porcaria que pensam estar a guarnecer o contorno da Escola Municipal Coronel José Braz, a sua frente, que de forma alguma irá adornar, enfeitar, ou que borda a orla da centenária Escola.

É cerca pura e simples, abraçando um dos mais ricos patrimônios, cultural e educacional, de nossa São João Nepomuceno. Cerca de péssimo gosto, por sinal nada diferente se fosse de bambu, alias seria mais original e naturalmente mais barato.

Alias para que todos fiquem sabendo sempre disse que aquela bela fachada merecia um contorno seguindo pelos passeios, adornando-a, com um gradil, seguindo os padrões da época em que construíram a escola e trouxeram aqueles ricos postes para iluminar a praça, por volta dos anos de 1915 até 1929, data da construção do prédio.

Um gradil com florões, lancetas e com vergalhões losângicos, de maior espessura, conseqüentemente de maior resistência, jamais aqueles finos arames entrelaçados, que contrastam de forma errônea, com o plano secundário (aquele que vem após o primeiro). Por sinal talvez foi esse mesmo o sentido, que quiseram dar àquela beleza arquitetônica, ou seja, de levar a Escola Municipal Coronel José Braz para um segundo plano literalmente.

Tenham dó, aquilo deve ter vindo de alguma fabrica especializada em construir telas para estádios. Antigamente meus amigos todas as obras de arte que estão a embelezar a cidade eram originadas da Fundição Indígena do Rio de Janeiro.

Assim o que fez de errado o nosso Coronel José Braz, para merecer tanto castigo, por conta dessa modernidade, barata, e por isso banal, como ordinária e medíocre.

E de forma antagônica a famosa frase vetusta, mas profunda, com que o Dr. José de Castro Azevedo encerrava as suas historias de nossas ruas: "Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições”, construímos uma mais atual talvez não tão moderna, como o gradeamento prisional da Praça do Coronel, que para muitos se assemelha a uma enorme rede mosquiteira.

Há na força do presente a tristeza e o desconsolo das intercessões medíocres”.


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