O ENFIM RECORRENTE... É O FIM
Por José Carlos
Barroso
A palavra enfim, um advérbio de
tempo, significa finalmente, afinal e, refere-se também a uma conclusão. Na
seqüência enfim transmite uma noção ao final de alguma coisa.
Contudo alguns empregam esta palavra de
forma repetida e, assim constituindo um vício, um cacoete, as vezes até fora do
contexto, ou de forma conclusiva não o sendo.
É aí que aparece então como uma mania,
com finalidade de serem muletas da linguagem como, por exemplo: meio que –
tipo assim – a nível de – enfim – percebe – entende – veja bem – como eu estava
falando – em quanto mãe, e uma série deles, que na verdade são
complicadores da linguagem, pois são vícios de linguagem, com aplicação
repetida incisiva, podendo ser notada mais nos discursos do que nos textos já
que o seu emprego em textos poderá ser verificada a repetição e haver o ajuste,
contrariamente ao discurso.
É uma maquiagem que vira vício, e ao contrário do
que se pensa são mais do que muletas, pois
há termos, expressões e raciocínios viciados, que ajudam a promover confusão na
comunicação cotidiana.
Estamos destacando desta feita, o que temos ouvido
por ocasião das entrevistas no rádio onde alguns comumente se utilizam do emprego
de vícios complicadores, ênfase hoje para o “enfim” que trucidou nossa paciência, e feriu nossos ouvidos, já
que após o seu emprego tanto a frase, como o raciocínio ficava incompleto e, esse
“enfim” foi somente uma expressão
anterior ao ponto final em uma frase, e nada mais do que isso.
Inobstante,
nem toda marcação repetitiva, é vício. Há expressões recorrentes, sem
significado aparente numa frase, que servem antes para destacar partes do
discurso ou reforçar um sentido. Algumas são até desejadas no meio em que ocorrem
como é o caso dos telefonemas, onde é usual o emprego repetido do sim – do sei – e o aham – que
não tem nada a haver com a mensagem.
O
emprego do “enfim” me causou
incomodo, pois quando o interlocutor em sua fala havia esgotado seus recursos
de conhecimento, ou o seu vocabulário começava a se exaurir vinha logo um “enfim”, assim como por outras vezes eu
ouvi o cê entendeu, enquanto isso, ou
aquilo, ne, e o terrível a nível de.
Assim meus caros o emprego do “enfim” como o que eu ouvi hoje, de uma forma mais do que
recorrente “é o fim” (com trocadilho
proposital)