GALÁCIA

GALÁCIA


José Carlos Barroso



Sempre me encantou a
vida de Paulo, então parti para a Galácia , era minha primeira viagem depois da libertinagem.

Ouvi os capítulos, e no quinto meditei os versículos. caminhei do dezesseis, e cheguei ao vinte e seis.

Peregrinei em Filipo, d
o um ao quatro, mas se a Galácia foi salvação, em Filipo um, encontrei a redenção.

No versículo vinte e um me aprofundei fui a frente ajoelhei no “Viver é Cristo Morrer é lucro”.



sábado, 29 de outubro de 2011

OGATO SUBIU NO TELHADO

A.JaquesBMoraisFilho

Assim terminava uma anedota antiga que conheci. Mais tarde li um colunista do Jornal do Brasil (talvez Xexéo ou Tutty Vazques) usando essas expressões para tratar com certa parcimônia abordagens tensas. Hoje nas diversas repartições públicas onde tenho trabalhado usamos quando queremos dizer alguma coisa, digamos, incômoda.

Pois então não é que saindo do umbral do serviço público (sim, porque depois da experiência brasileira de “reforma do estado” imposta pelo neoliberalismo dos anos 90 todos os funcionários públicos viraram espíritos desalumiados) apareceu alguém que viu que o imperador está nu? Devo confessar que quando ouvi a história a primeira coisa que pensei foi: Ufa! Antes ele do que eu! Mas, voltemos seriamente aos fatos.

O professor da Secretaria Estadual de Educação do glorioso Estado de Minas Gerais, Cláudio Machado, recentemente na Câmara questionou um benefício que o poder público municipal concedia para alguns estudantes do nosso município que vem cursando faculdade em Juiz de Fora. Certo ou errado não é o assunto sobre o qual quero me colocar aqui. Quero falar do instrumento ao qual ele se pautou em seus questionamentos: o orçamento.

O orçamento é uma construção jurídica que deve ser passada ao Poder Legislativo pelo Poder Executivo que deve especificar todos os gastos previstos para o ano vindouro, inclusive com reservas para imprevistos. Serve para dar publicidade aos gastos públicos antes que estes aconteçam, guarda reservas para políticas públicas e manifestam quais serão os setores da sociedade beneficiados pelos atos dos poderes, onde se acumularão os investimentos e como será que o poder do povo emanará para o povo.

Pois bem, eu penso que foi dada a largada para uma nova fase na política de São João. Este já era um assunto corrente na rua e a atitude do professor, em minha opinião, foi um marco nas novas relações que firmarão entre povo e poder público. Não temos motivos para aceitar o desconhecimento dos instrumentos de gestão pública que dizem respeito ao nosso interesse. Muitas pessoas dizem que a administração cultiva a desorganização para se jactar de qualquer esmola que der à população. Eu penso o inverso. Eu acho que qualquer pessoa que saiba que existem mecanismos de controle do gasto público e não os use está prevaricando. Muitas pessoas vêm se organizando para este fim. Há uma mobilização em torno de uma ONG que está sendo estruturada em São João onde já se podem trocar ideias sobre o assunto e, conterrâneos não deixem o professor sozinho. Certa ou errada a atitude por si só é louvável. Todo gasto deve ser previsto e discutido arduamente.

Este fato me fez lembrar uma entrevista do de um deputado do PSDB-MG que tem reduto eleitoral na cidade se referindo ao candidato da oposição ao Governo de Minas: “Não faço política com quem não tem programa. Abaixo os compradores de voto”. Bonito deputado. É isto que queremos. Programa, planejamento, publicidade aos atos públicos. Se for verdade que o cavaco não cai longe do pau seus seguidores não terão a menor dificuldade em fazer justiça às palavras do seu mentor. Mas pra ter certeza a população de São João Nepomuceno vai tomar conta dos gastos públicos e se organizar em torno do que pode construir este capital social, qual seja, a vigilância do erário público.

Parabéns professor. Se alguém pensa que o senhor errou o alvo eu garanto que não errou no método. Estamos juntos. A Solidariedade não morreu. E não morreu para ninguém. Os estudantes supostamente prejudicados que não se enganem porque ninguém tem gosto em impedir que qualquer pessoa estude. O que está em questão é um problema legalista.

Outro dia uma mãe se mostrou com sentimentos de injustiça. Não podemos esquecer que a justiça é uma construção abstrata do homem, que deve persegui-la todos os dias. Não há justiça feita pela criação ou como objeto da evolução solta na natureza. Acontece que para perseguir uma construção artificial idealizada temos várias outras construções mais práticas e de menor importância que se candidatam a atender às demandas da primeira, no caso a justiça. Por acaso a construção social que mais se aproxima do ideal de justiça são as nossas construções legais. Para sermos justos não podemos fugir à lei e sim melhorá-la.

Assim parece que fica evidente que o trabalho a ser feito não está nos espaços de convivência social (naturais ou virtuais) e sim nas casas onde se constroem e se aplicam as leis. E por favor, sejam rápidos porque o gato está no telhado, não deixem que ele caia! Estudo para os estudantes, reconhecimento para quem quer justiça e trabalho para os nossos representantes. É melhor que nos atendam a todos antes que o gato caia do telhado porque na minha conta já não há mais sete vidas.


*Jaques antes de ser observador critico, articulista estudioso e culto, cujo papo é desses que não se pode findar, pela ávida vontade do conhecimeno, é um amigo incomum, daqueles que fazemos questão de guardar do lado esquerdo do peito. O inteligente texto acima e o importante estudo abaixo, foram postados em nosso blog, pela nossa arrigada amizade, mas principalmente pela qualidade literaria e conhecimento incomum.


COMITÊS DE PREVENÇÃO À MORTALIDADE MATERNA E AO ÓBITO FETAL E INFANTIL

Comitês de Prevenção à Mortalidade Materna e ao Óbito Fetal e Infantil

Conceito:


Os Comitês de Prevenção de Mortalidade Materna Fetal e Infantil são organismos de natureza interinstitucional, multiprofissional, de caráter técnico-científico, sigiloso e educativo. Visam identificar todos os óbitos maternos fetais e infantis e apontar medidas de intervenção para a redução destes eventos. É um excelente instrumento para avaliação das políticas públicas e das ações de assistência à saúde materna fetal e infantil.
Comitê de Prevenção ao Óbito Fetal e Infantil

Objetivo: Elucidar as circunstâncias de ocorrência dos óbitos fetais e infantis, identificar os fatores de risco e propor medidas para melhorar a qualidade da assistência
à saúde e a redução da mortalidade nestes indivíduos.

Comitê de Prevenção à Mortalidade Materna

Obejtivo: Identificar e quantificara mulheres que foram a óbito no período entre a concepção e o primeiro ano após o parto, recomenda-se ações que possibilitem melhoria
na qualidade da assistência e investigação dos óbitos de mulheres em idade fértil.

Níveis de Competência :

Comitê Central – âmbito da SES
Comitê Microrregional – Escritórios Microrregionais
Comitê Regional – GRS
Comitê Municipal – SMS
Comitê Hospitalar -- Hospitais

Finalidades e Funções dos Comitês

Estimulo à Criação de Comitês

• Promoção de seminários regionais e municipais de sensibilização,
em articulação com a sociedade civil organizada.
• Capacitação permanente dos membros de comitês.

Investigação de Óbitos

• Realização de investigações dos óbitos maternos nas localidades
onde o setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde
não está capacitado. Ou, ainda, quando essa for a decisão local.
a) Da natureza do óbito
− Triagem dos óbitos declaradamente maternos, dos não-maternos
e dos presumíveis,e preenchimento da ficha de investigação;
− Investigação de todos os óbitos de mulheres em idade fértil para
identificação de mortes maternas não declaradas.
b) Das circunstâncias em que ocorreu o óbito
− Verificação das condições de assistência à mulher;
− Identificação das características da estrutura social (família e comunidade).

Análise do Óbito

• Avaliação dos aspectos da prevenção da morte: definição da evitabilidade
do óbito materno;
• Identificação dos fatores de evitabilidade:
a) da comunidade e da mulher;
b) profissionais;
c) institucionais;
d) sociais;
e) intersetoriais;
f) inconclusivos;
g) ignorados.

Informação

• Participação na correção das estatísticas oficiais, facilitando o fortalecimento
dos sistemas de informações;
• Divulgação de relatórios para todas instituições e órgãos competentes
que possam intervir na redução das mortes maternas.

Educação

• Promoção da discussão de casos clínicos nos comitês hospitalares;
• Promoção do debate sobre a persistência dos níveis de mortalidade
materna a partir de evidências epidemiológicas;
• Promoção do debate sobre a problemática da mortalidade materna
através da realização de eventos de prevenção, de programas de reciclagem
e de educação continuada e da produção de material educativo.

Definição de Medidas Preventivas

• Elaboração de propostas de medidas de intervenção para a redução
do óbito materno a partir do estudo de todos os casos.

Mobilização

• Promoção da interlocução entre todas as instituições pertencentes a
qualquer dos poderes públicos ou setores organizados da sociedade
civil, com a finalidade de garantir a execução das medidas apontadas.
Importância da implantação e investigação para a população.
Mortalidade Materna e Infantil é um indicador de vulnerabilidade social. O aumento das taxas indica deficiências nas condições sociais da população, ou parte dela, bem como pode sugerir fragilidade da assistência médica.

Tem influência na medida da expectativa de vida do município e alto impacto na mensuração dos anos de vida perdidos (APVP), indicador de qualidade de vida eleito como uma das prioridades do governo do Estado de Minas Gerais.

Aos municípios que apresentam altos índices deste indicador, recomenda-se melhoria na cobertura do Programa de Saúde da Família (Saúde em Casa) e seguimento das linhas guias da Rede Viva Vida, sobretudo a respeito da classificação de risco.

A macrorregião Sudeste, que tem Juiz de Fora como município sede, conta com um hospital de referência para atenção à Saúde Materno-Infantil no Hospital Universitário – Centro de Atenção à Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora – (HU/CAS-UFJF), que está apto para receber pacientes de risco. A mortalidade na macrorregião é considerada alta, sobretudo quando se leva em conta as condições sócio-econômicas da região.

¨Freqüentemente, a indagação refere-se aos valores que representariam as taxas normal e baixa? Nos países ou regiões desenvolvidos sócio-economicamente, variam entre quatro e dez e, no máximo, 12 a 15 por mil nascidos vivos. Nas áreas subdesenvolvidas, esses valores excedem, em muito, esses números, atingindo, geralmente, níveis de oitenta a cem, no mínimo, por cem mil nascidos vivos. É de se notar que, em alguns países africanos, como Angola, Burundi, República Centro-Africana e Moçambique, podem chegar a quatrocentas, quinhentas ou mais mortes por cem mil nascidos vivos (WHO/UNICEF, 1996). No Brasil, nas décadas de 80 e 90, o valor médio estimado situa-se acima de cem e, segundo alguns, entre 150 e duzentos por cem mil nascidos vivos, embora a razão calculada com os dados provenientes dos sistemas oficiais de informação - sem correção - seja de 54,8 por cem mil nascidos vivos, em 1996 (MS, 1998), (Laurenti, Mello Jorge, Gotilieb,2000)¨. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 23-30, 2000.

Macrorregião Sudeste e Mortalidade Infantil

A título de informação complementar destacamos um relato da mídia local: ¨Conhecida como Manchester Mineira, Juiz de Fora esconde em suas periferias caracterís­ticas de Maputo, capital de Moçambique, um dos países mais pobres do mundo, confor­me observado pelo secretário de Assistência Social, Marcelo Garcia. Para conhecer de perto a realidade por trás dos números do Mapa da Exclusão Social, divulgado em feve­reiro, a Tribuna visitou alguns dos 13 pontos considerados mais miseráveis na cidade e encontrou pessoas que vivem em barracos improvisados, sem banheiro, com comida escassa e sem perspectivas de mudanças. Algumas sobrevivem com renda per capita de R$ 0,85/dia. Outras buscam sua sobrevivência na área central, atuando como guardadores de carro, ambulantes ou pedintes (Tribuna de Minas, pág. 1, 1º de março 2009, Juiz de Fora-MG.) ¨. Provavelmente os indicadores e saúde, inclusive a mortalidade infantil, nestas populações atingem níveis alarmantes que comprometem os indicadores gerais de saúde de toda a população local.



Apesar da economia privilegiada de Juiz de Fora, estudos apontaram que havia populações vulneráveis que apresentavam condições de vida bem piores que a média da população da cidade. A gestão desta, a partir de então, passou a monitorar estes indivíduos vulneráveis com a finalidade com de reduzir os danos causados pela pobreza e seu reflexo na qualidade de vida de toda a sociedade. Os demais municípios relacionados na tabela abaixo também possuem uma vitalidade econômica regional e, assim como Juiz de Fora, são pólos de atração de migrantes, às vezes em situação sócio-econômica frágil. Seus indicadores de mortalidade infantil não correspondem ao seu desenvolvimento social e econômico e, assim como Juiz de Fora, é preciso conhecer estes “conglomerados” humanos vulneráveis.
A cobertura da população pelo Programa Saúde da Família demonstra evidências de melhoria da efetividade da prestação de serviços públicos de saúde (Moraes Filho, no prelo) além de viabilizar maior conhecimento da população pelo poder público através da sua grande capilaridade.

Mortalidade infantil por 1000 nascidos vivos/ Período/ano - 2006
Juiz de Fora 16,5
Ubá 20
Leopoldina 14,8
Santos Dumont 30,5
São João Nepomuceno 24,9
Cataguases 17,7
Muriaé 20,6


Fonte: Datasus

Juiz de Fora, abril de 2009.
Joana D’Arc Zanelli
Antonio Jacques Barbosa de Moraes Filho

terça-feira, 18 de outubro de 2011

LUGAR DE ALUNO É NA PRAIA???

Por José Carlos Barroso


É vivendo que se apreende.

Por diversas vezes já ouvi alguém dizer esta pequena, mas interessante frase, e sempre que a ouvia confesso que as observações sobre ela aumentavam.

Pois bem. Noutro dia uma senhora usando dos microfones de uma de nossas rádios, se manifestava contra a posição de um senhor, que legitimamente havia denunciado na Câmara de Vereadores o uso indevido do transporte escolar, cujo programa é destinado aos alunos do meio rural.

Até então tudo bem, sem adentrarmos ao mérito da questão, por ser o tema bastante polemico, principalmente para quem não entende, não quer entender, e prefere polemizar esquecendo alguns pontos fundamentais da questão, que são na verdade a razão de todos os questionamentos.

Embora minha opinião talvez seja olhada com olhos negativos, principalmente pelos resistentes, a que a legalidade deva ser buscada em qualquer das circunstancias, minha posição é pela criação e existência de programas específicos, que possam atender as diversas demandas. Tudo elaborado criteriosamente, dentro dos preceitos legais, atendendo sempre e priorizando aqueles que realmente necessitam em razão de suas condições financeiras, analisados que seriam por agentes abalizados e profissionais competentes, o que convenhamos não é nada impossível.

Ademais há de se ter o cuidado, o esmero devido, na elaboração desses programas de forma que não venham ferir de forma flagrante as leis que regem a matéria e, observando após, que os mesmos devam ser aprovados por nossa edilidade.

Ah! Importante, muito importante é que as injustiças não sejam cometidas, principalmente nas concessões quando é comum os apadrinhamentos.

Entendemos, que não houve da parte de quem promoveu legitimamente a denuncia qualquer resquício, de intenção de prejudicar a quem quer que seja, o que se quis foi apenas se posicionar nada mais e nada menos pela legalidade das ações, jamais houve o intuito irracional de vir trazer prejuízo às famílias de nossa cidade, principalmente daquelas menos aquinhoadas.

Será errado querer cumprir a lei? Ou se exigir que as cumpram? De forma absurda é o que estão tentando pelas avessas dizer e lutar destemidamente, como a lei fosse apenas um enfeite, um adorno, o que lamentavelmente temos que admitir é absurdo ululante.

Entre tantos impropérios ditos e, mal ditos, ou malditos, que nos renderia comentários intermináveis esse eu achei o fim da picada.

Vejamos:

“Tem que levar o aluno sim, para o futebol, para o cinema, para a praia” Epa! Para a praia? Qual seria o pretexto, ou a justificativa para se fazer viagens tipo turismo, quando se deve perquirir os interesses estritamente pedagógicos e educacionais, visando um maior aprendizado, para uma futura colocação vitoriosa no disputadíssimo mercado de trabalho?

Ir a praia pode representar sim uma terapia, mas nunca uma necessidade primordial no campo educacional.

Pois bem. Comentando este assunto com amigos um deles, já com alguns anos em seu currículo disse – logicamente em tom jocoso – o seguinte: “Estou pensando seriamente em matricular-me, em algum curso para no final do ano poder ir a praia, assim economizo no transporte”.

É o fim, minha gente lugar de aluno não é na praia é na escola, na praia só com o dinheiro de cada um e jamais com dinheiro publico.

É por isso que os escândalos e as farras com dinheiro público se multiplicam assustadoramente neste País.

Pronto falei!