GALÁCIA

GALÁCIA


José Carlos Barroso



Sempre me encantou a
vida de Paulo, então parti para a Galácia , era minha primeira viagem depois da libertinagem.

Ouvi os capítulos, e no quinto meditei os versículos. caminhei do dezesseis, e cheguei ao vinte e seis.

Peregrinei em Filipo, d
o um ao quatro, mas se a Galácia foi salvação, em Filipo um, encontrei a redenção.

No versículo vinte e um me aprofundei fui a frente ajoelhei no “Viver é Cristo Morrer é lucro”.



domingo, 3 de abril de 2011

INVASÃO FALTA DE EDUCAÇÃO OU ESBULHO?


Por José Carlos Barroso


O que estamos vendo não é parte do que restou de um ciclone, nem mesmo de uma pesada chuva, ou coisa parecida. Calma, caros leitores! Por incrível que pareça estamos em São João Nepomuceno, Minas Gerais, ao final da Avenida Carlos Alves, no Clube de Malha São Miguel, situado defronte ao Tiro de Guerra. Em que pese o propósito da atual administração pública, e todo o seu zelo com o “aspecto arquitetônico” (parece até piada, mas não é) da cidade, a tônica não é bem essa. O que estamos vendo julgo como um ultraje bestial, uma afronta, um esbulho, que tem como fonte o grupo dos que “juntos podemos mais”, e no entender dos mesmos é parte da tão falada “Administração Participativa”. Administração Participativa, meus caros é uma balela inventada e propagada pela cidade, mas que não passa de um engodo, tudo com o propósito de massagear o ego do povo são-joanense, para agirem de forma truculenta sobre o povo. Pois é, meus caros, na manhã do dia 29 de março, numa terça feira, a Administração Pública e seus “soldadinhos de chumbo” mais uma vez resolveu premiar a população, invadindo propriedade alheia. Será que o povo participou e participa desse tipo de “coisa”? Será que o são-joanense foi convidado a emitir a sua opinião. Evidente que não. De forma abrupta, e súbita a Prefeitura arrombou o portão do campo de malhas começou a retirada das telhas e, posteriormente iria realizar a demolição do local com o intuito de revitalizar o espaço, momento em que os moradores, que não concordam, com a atitude “destrambelhada”, chamou a policia e logo acionou a Justiça no sentido de coibir mais esse absurdo. Para que todos os autores tomem ciência, já que os que mandam não são daqui, ou não estavam aqui, e outros são apenas comandados, retrocederemos na historia, e de forma sucinta contaremos essa historia, a do Clube de Malha São Miguel. Vejamos: O Jogo de malha em São João Nepomuceno foi introduzido pelos imigrantes portugueses e italianos, e documentos apontam que já no período colonial jogava-se malha em todo o país. Pois bem, em determinada época e por volta dos anos 80, o que era diversão tornou uma disputa entre bairros, como São José, Cidade Nova, e Changrilá, bairro esse que começava a surgir. Era comum vermos trabalhadores, que ao terminarem o seu dia de trabalho, participavam do jogo de malha como divertimento. A principio usavam peças rudimentares como pedras, ferraduras, pedaços de chapas de ferro, variando de formato e tamanho. Os pinos não tinham o padrão certo, tudo servia. As raias onde praticavam o esporte eram improvisadas pelos proprios jogadores e, aqui e ali era comum vermos os apreciadores do esporte. Foi aí então, que alguns times começaram a se destacarem, até que a equipe do São José, com descendentes de italianos, como a família Ricci, acabou por vir a se destacar em campeonatos que aquela altura já levavam grande público. Daí foi um passo para o jogo de malha, ressurgir com força total, chegando a Federação Mineira, na pessoa do Sr. Nilo, a orientar nossos jogadores e elaborar uma planta para a construção de uma nova quadra, essa mesmo que querem agora literalmente “tombar”. Não foram raras as vezes, que vimos, Miguel (soldado), Dedinho, Zé Cirico e, tantos outros, construírem passo a passo, tijolo a tijolo, aquele Clube. Na ocasião éramos Secretario de Educação Esporte e Lazer do Município e não fizemos mais do que nossa obrigação incentivar à nobre iniciativa daqueles senhores, que nada mais queriam do que uma oportunidade, de divertimento e jogarem o seu jogo predileto, herança de seus pais e avôs. E foi assim que São João Nepomuceno, acabou por conquistar um magnífico terceiro lugar em um campeonato mineiro de malha, vindo após a construção da raia do bairro Shangrilá. Foi assim, pelo entusiasmo de seus amantes, que introduzimos o interessante esporte nos jogos dos trabalhadores (também de saudosa lembrança). O Clube sofreu então uma interrupção, aliás, o esporte rumou ao declínio, como popularmente se diz “a febre acabou” e tudo caiu no esquecimento. Houve até investidas por parte de alguns, mas isolados e sem apoio nada podiam fazer. E para os menos desavisados que nada sabem da história desta nossa São João Nepomuceno, as malhas ofertadas pelo poder público da época, do qual tivemos o prazer e o orgulho de participar e, que tinha a frente Célio Ferraz, o "Balainho", ainda estão guardadas, como novas em uma caixa, feita especialmente para este fim. Agora veio a idéia brilhante de acabar mesmo de vez com tudo, uma brilhante idéia! E eu pergunto: Não está na hora de revitalizarmos, não é isso que desejam, os recentes defensores do aspecto arquitetônico? Então porque não começam pelo Clube, incentivando a formulação de uma nova diretoria e a volta triunfal do esporte na cidade. Esporte que já nos deu tantas alegrias. O ócio é incomodo sem precedentes e, não podemos aceitar a inércia e, assistirmos tudo sem falar, por esse fecho ecler, ou zíper incompetente, que querem a todo custo fazer com que o povo se cale. É preciso que haja um basta nessa devastação, nessa derrocada desenfreada, que estão a chamar de modernidade, de aspecto arquitetônico, de futuro. Na verdade tudo não passa de uma imposição pela força, bem própria de tempos sombrios, como a escravidão e a ditadura. Isso é puro esbulho, que o direito pune, porque a norma não acolhe. Devagar vão acabando com o que foi construído outrora, para depositarem suas placas de inauguração, acabando por inaugurarem até mesmo o que já fora inaugurado (vide calçadão da Rua Cel. José Dutra), ou simplesmente retirarem de cena, como fizeram com o leite de soja, um dos primeiros absurdos. É necessário que retomemos, expurguemos esse caos, dando a César o que é de César, mas acima de tudo que façamos governar, quem tem prazer em fazê-lo por amor incondicional a essa terra, mas que por infelicidade vez por outra acolhe, quem dela não gosta, e menos ainda gosta de quem aqui reside. Que nos perdoem quem indignado está com respeito a esta crônica, mas as coisas estão tomando rumo bem diferente do que estão a dizer, pois o futuro não é assim que se constrói, dele deve fazer parte o trabalho e respeito, e a obediência às normas legais. Isto infelizmente não estamos presenciando, o que é lamentável. .