GALÁCIA

GALÁCIA


José Carlos Barroso



Sempre me encantou a
vida de Paulo, então parti para a Galácia , era minha primeira viagem depois da libertinagem.

Ouvi os capítulos, e no quinto meditei os versículos. caminhei do dezesseis, e cheguei ao vinte e seis.

Peregrinei em Filipo, d
o um ao quatro, mas se a Galácia foi salvação, em Filipo um, encontrei a redenção.

No versículo vinte e um me aprofundei fui a frente ajoelhei no “Viver é Cristo Morrer é lucro”.



quinta-feira, 21 de novembro de 2013

ODE A UM GRANDE HOMEM



ODE  A UM GRANDE HOMEM
Por Betto Vampiro em 28.11.1989

Quando uma criança vai pela primeira vez a escola, não compreende plenamente o que o ato de começar a vida escolar significa. Não sabe que é o começo de uma longa etapa, a mais bela e importante na vida de cada homem. A criança vai a escola preparar o seu futuro. O homem ou a mulher em que se transformará mais tarde depende, em grande parte, desses anos escolares, do pré-primário à universidade, em que, além de sua capacidade profissional, receberá também uma formação moral e social e uma mentalidade de vida.
A escola é, depois da família, a instituição de maior importância na vida de uma nação. O caráter, a capacidade profissional, a moralidade de seus habitantes dependem grandemente do número e qualidade das escolas.
E nesse particular, podemos, sem sombra de dúvidas, citar o grande educador que foi UBI BARROSO SILVA, o sô Bi, como era chamado. Várias e várias gerações de são-joanenses subiram a “COLINA DA ESPERANÇA”, de saudosa memória, em busca de saber. E quando encontraram sempre aquele homem pertinaz, disciplinado, dedicado, sábio.Foram muitos e muitos anos de labuta diária, entre alegrias e decepções que forjaram o grande mestre. Grande educador, pois não gostava que lhe chamassem de mestre, embora o fosse. E dizia sempre que não se vai a escola apenas para receber instrução, conhecimentos, mas para receber uma formação humana integral que, junto com a oferecida pela família, que é a primeira responsável pela educação dos filhos, formará o cidadão útil e responsável. E como o educador, seguia sempre estes deveres, se assim podemos chamar:
·       Educar não só teoricamente, mas com exemplo de sua vida
·       Ser justo, tanto nas notas, como nas recompensas e castigos
·       Ensinar com competência, aproveitando todo o tempo destinado às aulas
·       Manter a ordem e a disciplina, conquistando a atenção e o afeto dos alunos.

Assim foi o PROFESSOR UBI BARROSO SILVA, figura proeminente no ensino de nossa terra.

E certos podem ficar; esteja você onde estiver, o sô Bi estará velando pelo desenvolvimento cultural de nossa terra. Velando pelas nossas crianças, pelos nossos jovens, com quem tanto cativou.

E com o pensamento voltado para Deus, eu digo:

“O GÊNERO HUMANO COMEÇA A CADA MOMENTO”


Obrigado Betto pelo carinho, mas só podíamos esperar da sua parte homenagens como esta, pois você sempre foi para meus pais um filho muito querido e você sabe porque!


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

LUIS CLAUDIO KNOP E O SÔ BI...!!!!!!

São João Nepomuceno, 16 de Novembro de 2.013.

Primeiramente, quero agradecer a “DEUS PAI”, “DEUS FILHO” e “DEUS ESPÍRITO SANTO”, sobre todas as coisas, por estarmos aqui reunidos em Paz, Harmonia, Concórdia, tríplice argamassa que certamente conduzirão esse nosso Primeiro Encontro da Turma de Formandos da 8ª Série de 1.976 do Instituto Barroso.

Quero agradecer à minha Querida Esposa Cida e minha Amada Filha Cláudia, que sempre estão ao meu lado em tudo aquilo que me proponho a executar, aconselhando-me, às vezes, trazendo-me à razão, apoiando-me, enfim, comigo, lado a lado. Sem vocês minha vida não teria nenhum sentido!

Queridos Professores, nossos grandes benfeitoras, que durante toda nossa caminha estudantil, tanto nos ajudaram, com palavras amigas, carinhosas e sábias.

Querido Fabinho, amigo sincero e leal, sábio, inteligente. Ah! Se você pudesse me responder, sinceramente eu gostaria de lhe perguntar: Como é se sentir o primeiro portador de necessidades especiais “incluído” aqui em São João?

Por fim, aos meus Queridos Amigos e mui Dignos Familiares! A todos vocês que nos brindam nesse momento com suas ilustres presenças, os meus mais ardentes e sinceros agradecimentos.

                Formamos uma Comissão de abnegados colegas dispostos a empunharem essa bandeira de luta e a conduzirmos às últimas conseqüências, qual seja, a realização deste tão sonhado Primeiro Encontro, após longos 37 anos de formados.

                Pessoas como “VOCÊS, nos alimentam de entusiasmo e energia para prosseguirmos nossa caminhada, apesar de pesada, apesar dos nossos afazeres cotidianos, isso tudo se torna “pequeno” por que existem pessoas como vocês.

                Gostaria nesse momento especial, de dirigir-me à família “Barroso Silva”.

Por várias vezes nós, ex-alunos do meu, do seu, do nosso inesquecível e querido Instituto Barroso nos encontrávamos e sempre imaginávamos uma forma de organizarmos um “Encontro” daquela “nossa turma de 1.976”, a “Turma do Salão Nobre”, que tantas saudades deixaram, principalmente para reverenciarmos alguém que pontuou “marcas profundas em nossos corações.

Em nossas idas e vindas do dia-a-dia, em nossos tropeços pela vida afora, em nossos momentos de alegrias e dificuldades, de perdas irreparáveis, enfim, em tudo que fazemos ou passamos sempre vem à mente a lembrança de alguém que muito representou e representa até hoje para todos nós em nossas vidas.

Amigo de todos, amigo dos são-joanenses, amigo dos mais carentes, daqueles que tiveram a honra e o privilégio de conhecê-lo e, de certa forma, usufruir do seu imenso carinho, de sua prestimosa atenção, principalmente nos momentos de dificuldades e de desilusões.

Falo meu amigo, nesse momento, de seu querido “Pai”. Conheci o “Sô Bí”, ainda menino, contava com mais ou menos onze anos, mas, ali, naquela Respeitada Instituição de Ensino, comecei a dar meus primeiros passos para a vida, conduzido por aquelas mãos bondosas e por muitas vezes e com razão, também bastante enérgicas.

Desde então, apesar de menino, mantivemos uma relação de amizade verdadeira, sincera, calcada na lealdade e no respeito mútuo. Às vezes, confesso-lhes, eu desmoralizava bastante. Levava umas “Cartinhas de Suspensão para Casa”, uns “Puxões de Orelha”. Nada de Mal, nada de ressentimentos! Coisas de criança! “Sô Bí” era um homem simples, mas, sobretudo com uma visão aquilina da realidade. Uma pessoa afável, elegante e extremamente educada. Mas, todavia, era intransigente, sobretudo na defesa daquilo que considerava justo e legal.

Em toda sua vida, pelo esforço pessoal, soube, com galhardia, vencer todos os percalços para se impor como um cidadão decente, respeitado até por aqueles que não compartilhavam de suas idéias. Era considerado um bom adversário, daqueles que dignifica uma boa demanda, mas que nunca deve ser tratado como inimigo.

Sua competência, sua inteligência inigualável, sua lealdade e seu espírito de solidariedade, e, acima de tudo, sua simplicidade, o fizeram conquistar o respeito e a admiração de todos os seus alunos, professores e funcionários da instituição que tão bem comandava. Amigo do Fabinho, reciprocidade de amor inigualável, praticamente o “Pioneiro” em São João Nepomuceno, quando falamos em “Inclusão Social”. Lá atrás, quando os governantes ainda não tinham essa visão, lá estava o Fabinho no Ginásio se sentido “gente”, se sentindo “importante”, incluído no meio social.

Viver com simplicidade é uma opção que se faz!

O simples é aquele que não simula ser o que não é, que não dá demasiada importância a sua imagem, ao que os outros dizem ou pensam dele.

A pessoa simples não calcula os resultados de cada gesto, não tem artimanhas e nem segundas intenções. Ela experimenta a alegria de ser, apenas.

A simplicidade não ignora, apenas aprende a valorizar o essencial.

Tudo isso compuseram a “simplicidade” do seu “existir”.

                “Sô BÍ” era um homem transparente. Tudo nele era claro, sempre à vista de todos. Sentimento, reação, o que pensava e o que ia dizer.

Gostaria de nesse momento de “confraternização” que estamos vivenciando lembrar um pouco de seu querido e já saudoso pai, com grande carinho e emoção, dizendo-lhe do fundo do meu coração essas poucas palavras, coisa que pessoalmente, confesso-lhes, nunca ter tido coragem de dizer-lhes, apesar de nossas grandes e sinceras amizades. Reporto-me às palavras de um grande amigo, no momento quando se despedia de seu irmão na sua última morada, nos proporcionando uma grande lição de fé e otimismo: “Não se entristeçam! Ele continua entre nós, apenas não podemos vê-lo, mas ele poderá nos ver, e o mais importante, nos orientar, e, aí sim, vamos ter plena certeza de que, na essência do seu saudoso espírito, DEUS se manifestará com o consolo. Sua passagem terrena deixou para nós, todo um legado de competência, honestidade, trabalho, dedicação, inteligência e acima de tudo, amor à educação, ao próximo e á família.”

A Ele, meu querido “SÔ BI”, um carinhoso beijo, um fraternal abraço e o sincero reconhecimento de todos os seus alunos da “TURMA DO SALÃO NOBRE”, e por que não dizer, de todos aqueles que sentiram o seu puro e verdadeiro amor ao próximo, tendo a subida honra, o prazer e o privilégio de desfrutar do seu carinho e da sua amizade, quando não havia mais luz no fim do túnel, nos momentos mais difíceis de suas vidas, e, com toda certeza, puderam saborear o líquido precioso contido no cálice de sua imensa bondade.

“Durante toda a minha vida, muitas pessoas passaram por mim, dia após dia.

Mas, somente algumas dessas pessoas ficarão para sempre em meu coração, às vezes, por haverem dito uma única palavra de conforto quando eu precisei; às vezes por ter me dado muito de sua atenção, por ter me ouvido, quando falei das minhas angústias, meus medos, minhas vitórias e derrotas. Contudo, isso é ser amigo: é ouvir, é confiar, é amar. E amigos de verdade, não escapam. Sempre vão estar presos de alguma forma em você, sejam por lembranças, ocasiões; Assim como indestrutíveis são as pegadas da alma. Por ter sido tudo isso, por ter sido um ser humano maravilhoso, por ter sido, “UBI BARROSO SILVA”.

Que saudade do Senhor querido amigo! Saudade do seu sorriso, das suas brincadeiras, de seus abraços apertados, das suas gargalhadas, dos seus arrochos nos dias de provas, os sapatos vulcabrás que deveriam estar engraxados, o uniforme impecável, todo o colégio ensaiando para os desfiles, perfilado na rua, sem que ninguém pudesse sair do alinhamento, enfim! Saudade que levo no coração, com tanto afeto, guardando lembranças de uma amizade especial, pelo amigo que nem o tempo, nem a doença, nem a morte levando-o tão prematuramente, me fez esquecer. Não, nada disso! Nada conseguirá apagar de minha mente, de meu coração, da minha vida, as ótimas recordações que guardo de ti.

As coisas sempre ficam para trás, mais cedo ou mais tarde.

Mas há tesouros imateriais que jamais se esgotam.

As amizades genuínas, um amor cultivado, a serenidade e a paz de espírito que ele sempre nos transmitiu são alguns deles.

Foi-se um homem de têmpera, um amigo leal, um marido, um pai, um professor invejável e um Amigo retilíneo.

Ficou o legado de retidão, de caráter, de honestidade, de competência, de amor ao próximo, de amor à família, de amor aos seus alunos, aos seus professores, aos seus auxiliares, ao Fabinho, seu grande amigo e fiel escudeiro, o exemplo de uma vida vivida com simplicidade, na simplicidade de uma vida simples.

Que Deus, no triunfal e solene momento da ressurreição, o acolha no redil dos salvos, na gloriosa Canaã Celestial.

Com um Fraternal Abraço!

Luís Cláudio Knop.

OBRIGADO LUIS CLAUDIO, VOCÊ COMO SEMPRE CORTEZ E AMIGO. É POR ISSO QUE EU LHE DISSE - CREIO QUE POR DUAS VEZES NO DIA DO ENCONTRO, SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ALEGRIA QUE VOCÊS ME PROPORCIONARAM. QUE DEUS ABENÇOE VOCÊ MEU "AMIGO" E A TODA A SUA FAMÍLIA E A TODA COMISSÃO ORGANIZADORA DESSE ENCONTRO! 




                                                                 

sábado, 16 de novembro de 2013

O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA



SERÁ MESMO QUE ELES MERECEM SÓ ISSO?
Por José Carlos Barroso

A Câmara de vereadores são-joanense esteve reunida nesse dia 14 último para  discussão e votação da revogação da Lei que criou o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA no município (feriado municipal), quando então deparei no face book, com uma postagem de um de nossos nobres representantes e, já lhes adianto, que nada há de pessoal contra quem quer que seja. O debate deve estar sempre voltado para o campo das idéias e jamais para o das pessoas Vejamos ipsis litteris:

“Eu e os demais vereadores votamos conscientes de que estaríamos homenageando a nossa cultura, nossas raízes, nossa gente...infelizmente para a classe patronal... muitas vezes atrapalha mais um feriado, em que a produção, menos lucro, impostos, e que martirizam até os próprios chineses que vendem suas mercadorias mais em conta, acessíveis ao bolso do cidadão...Inconstitucional seria não preservar nossa cultura e fazer valer o DIREITO LEGÍTIMO de uma classe extremamente produtiva e digna que somos todos nós...os afro-descendentes brasileiros...Parabéns a todos por essa data democraticamente merecedora!!!”

A postagem do parlamentar municipal levou-me a sopesar sobre o assunto e posicionar-me, quanto à matéria e a sua complexidade.

Será mesmo Senhores Vereadores, que Vossas Excelências estão conscientes de que com um feriado insípido desses, estarão a homenagear a cultura, e nossas raízes? Será mesmo que pensam que basta aos negros são-joanenses um feriado, apático, literalmente “sem açúcar e sem afeto” parafraseando Chico Buarque? Será mesmo que podem Vossas Excelências se vangloriarem de vossas consciências?

Que me desculpem os que pensam contrários, mas não se constrói um País através de feriados como querem, ou pensam para que fiquemos livre do trabalho, corroborando e endossando a apatia e a inércia. Um País se faz com trabalho digno, com muita consciência e, com respeito a todos de uma comunidade jamais com feriados que só fazem por empanar essa macula absurda chamada ESCRAVIDÃO.

“Não precisamos de um dia de consciência negra, parda, branca, albina, ou amarela, precisamos de 365 dias de CONSCIÊNCIA HUMANA!!” Pensem nisto Senhores Vereadores antes de tratarem de temas complexos como o presente!

Meus prezados, o respeito, a dignidade deve ser à base da eqüidade que esse povo sempre sonhou. A homenagem que Vossas Excelências querem imprimir como autoridades representativas do povo deveriam ser a de não permitir que todos esses nossos irmãos negros venham ser subjugados e, humilhados como foram.

Desculpem-me, mas não há nesse pensamento, a mínima consciência e, sim a maior das inconseqüências, ou o maior dos equívocos, infelizmente!

Sejam sabedores, ilustres representantes do povo, que esta “homenagem” se é assim que a chamam, é muito pouco para um povo sofrido e humilhado, vocês acabam de lhes dar uma pílula consoladora de farinha e água depois que eles viveram as pechas da incompreensão sempre contrárias ao bom senso, à razão, e a verdade.

Para terminar, e para que todos tomem conhecimento, orgulha-me o sangue que corre em minha veia, o sangue do povo de ZUMBI, orgulha-me ser parte de uma miscigenação, orgulha-me mais ainda ter sido criado por uma “mãe do coração”, que talvez alguns de Vossas Excelências tenham conhecido – a LALA - um doce de nome, de quatro letras apenas, assim como o AMOR, para um doce de mulher, mulher pura, meiga, simples, uma digna representante desse povo negro, que emprestou-nos o sangue para vivermos, que deu-nos a dignidade para sermos gente, e abominarmos o pesadelo que viveram e ainda vivem.

As minhas homenagens não deixarão de existir, mesmo e principalmente que seja contrário a esse “feriadozinho” que pouco, ou nada representa perto da magnanimidade do coração dos homens e mulheres dessa raça de beleza e significado imensurável!!

O que espero e que possamos continuar a viver os ideais do povo negro, os ideais de LIBERDADE!

 LIBERDADE!!!