GALÁCIA

GALÁCIA


José Carlos Barroso



Sempre me encantou a
vida de Paulo, então parti para a Galácia , era minha primeira viagem depois da libertinagem.

Ouvi os capítulos, e no quinto meditei os versículos. caminhei do dezesseis, e cheguei ao vinte e seis.

Peregrinei em Filipo, d
o um ao quatro, mas se a Galácia foi salvação, em Filipo um, encontrei a redenção.

No versículo vinte e um me aprofundei fui a frente ajoelhei no “Viver é Cristo Morrer é lucro”.



segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

NASCIDO DO FORNO


Por José Carlos Barroso


Estou quase convencido de que meu nascimento se deu numa cozinha, tipicamente mineira italiana, ao lado do fogão e, por serem tantas as coincidências, posso até afirmar, que eu saí foi de dentro do forno, e de uma receita preparada com esmero, não importando aqui o produto, mas toda a dedicação e cuidado dos cozinheiros.

Mas todos devem estar curiosos para saber até onde pretendo chegar com esta analogia gastronômica.

Bem, isto não é difícil meus prezados, assimilar, ou entender, meu propósito é simples. É que ao lembrar de meus antepassados, possa estar tornando conhecido todo o meu prazer para com esta arte cultural e diversificada de nossa “cucina”.

E era ali na cozinha, a sala de visita, onde meus avôs e bisavôs recebiam seus mais chegados, e simples amigos, já que eram gente simplória dos fogões de lenha, de Minas Gerais, e todos eles peritos da comida mineira preparada na casa grande, tradição herdada, e transmitida de pai para filho.

Quem de nós irmãos não se lembra do quiabo da madrinha? Devem também de se lembrar dos comentários hilários. Era comida de fazer inveja, principalmente quando a associavam ao gostoso feijão com alho, e aquele angu, o primeiro a vir ao fogo e ultimo a sair.

Como esquecer das tias de tantos finais de semana, nos servindo aquele franguinho que cacarejava caipirez, frango da roça memo, ou das sobremesas de frutas e daquele doce de leite com queijo novinho, sem esquecer a presença sempre marcante e contagiante da macarronada; essa de forma alguma podia faltar, era prato indispensável em nossas mesas.

A cozinha de nossa casa, aos domingos se transformava em cozinha de restaurante, onde minha mãe se tornava uma chefa em rizoles e, em empadinha de queijo. Quanto ao meu pai, esse era um primoroso gourmet, com uma relação enorme de iguarias supimpas.

Já nossa mãe preta Lala, quando eu nasci ela já estava em nossa casa ajudando nossa mãe a criar-nos e, nela o que mais nos impressionava era o seu poder de memorização de todas as receitas que lhe eram repassadas, já que por ironia do destino não sabia ler nem escrever.

Era tudo tão gostoso, como viver os aniversários de minha nonna italiana de filhos “brasilianos” tutti bona gente, onde o macarrão tinha de ser feito em casa, desde o preparo da massa até a secagem dos fios, estendidos pelos varais de roupas e nos secadores de esteiras de taquara ao fundo do quintal, como aquele suculento molho de tomate.

Tudo isto não se trata de saudosismos, mas uma pequena exposição de retratos três por quatro e, em preto e branco de uma infância rica em alegria, pelos prazeres simples dos descendestes das Terras de Barroso - Atrás dos Montes – Portugal e da Sicília e Calábria – Itália, mas todos bem mineiros UAI...

Vivo una vita di ricordi.

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