Por José Carlos Barroso
![]() |
Fanfarra do Instituto Barroso em BH Praça da Assembleia Legislativa |
Pra
inicio de conversa iniciamos as comemorações de hoje 7 de setembro, com uma
tremenda gafe da senhora Prefeita dizendo que a independência tem 120 anos.
Ora, ora, pelos meus cálculos a “continha” de subtração esta errada, pois se a
independência se deu no ano de 1822 e, se estamos no ano de 2012, assim errou
feio a prefeita, errou por cerca de 70 anos, e assim tirou zero nos cálculos.
Bem,
mas enquanto eu assistia o desfile cívico militar, retornei ao passando ao
passo em que tinha a certeza de que já vi e vivi sete de setembro melhores.
![]() |
O primeiro macacão de apresentações usado pela Fanfarra do Instituto Barroso |
Pois
é, e quem já viu como eu vi, se espanta com o que vemos agora, pois vez por
outra eu ouvi hoje: Desfile era quando estudávamos no Instituto Barroso, ou, desfile
era no tempo do Sô Bi! Como ainda: e a fanfarra do Beto? Num te dá saudade não
Zé? Aquele tempo era um espetáculo! Tem ex – aluno que se lembra até hoje como os
alunos marchavam como soldados, tudo perfeito cadenciado e harmônico ao som dos
bumbos, que comandavam o ritmo do desfile, com entremeios de sons de flauta
doce e, liras, que se somavam aos gracejos das moças proporcionando ao publico um bailado
das fitas, de beleza inconfundível, sob os olhares fixos de todos, enquanto acontecia paralelamente os exercícios das ginastas, que se
contorciam, aumentando a riqueza daquele conjunto, e, olhem que faziam tudo por
gosto mesmo.
Eu
me lembro também dos famosos treinos de marcha no campo do Botafogo, que talvez
fossem penosos, mas no dia do desfile era um orgulho só, como me lembro das
noites e, madrugadas, quando ficávamos ouvindo discos e, retirando batidas, ou
toques de corneta, diferentes para cada apresentação futura.
As
aberturas das exposições de Leopoldina, de Ubá, as viagens a Descoberto e
Rochedo como o dia emblemático em Santana do Deserto, esse dia ficou conhecido
como o dia do leite! E a viagem a Belo Horizonte, um dia de vitória, lembro-me
bem.
Mas
voltando aos tempos de hoje, notei com essa lembrança que nem mesmo o Tiro de
Guerra se apresenta como antes.
Quanto
às escolas então, elas literalmente “andam”, é um passeio sem sentido, despretensioso
e, sem graça, sem garbo algum, onde é nítida a falta do interesse público,
verdadeiramente falta patriotismo, me desculpem, mas é como eu vejo, porque não
era assim.
Mas
o que será que está acontecendo com a tradição desta cidade, já que é perceptível que
está aos poucos se definhando e, mesmo assim, embora em menor número o povo
comparece talvez esperando algo novo, diferente, mas nada!
Então
não nos restava mais nada e, assim saímos depressa daquele lugar, abraçado pela
saudade e, sufocado pela tristeza, certo de que em nossa mente essa tragédia grega,
seria capaz de infundir espanto e piedade, decididamente ela não iria se
esvair.
Mais
uma vez restou-me a cena de um grupo de jovens sofrendo busca da policia
militar por terem anunciado uma nova briga de gangues.
Assim
a tradição vai se definhando até a morte e nós ficamos cada vez mais reféns da balburdia
e destempero de uma crise social.
Amigo Zé Carlos,
ResponderExcluirAproveito esta postagem para fazer uma referencia toda especial a esta Magnífica Fanfarra na qual, tive a honra e o prazer de poder participar por cinco anos.
Quanto orgulho em vestir aquele macacão! Hoje posso dizer em alto e bom som, que fiz parte de uma verdadeira Banda.
Ao nosso professor e maestro Beto Vampiro... Brigadão por tudo!