Por Jocarlosbarroso
Há
sempre alguém por aí julgando valores estéticos segundo critérios subjetivos,
sem estarem presos a normas preestabelecidas, sendo bom lembrar que direito lhes assiste.
Há
pessoas até com gosto requintado, porém temos reparado, que o gosto anda
minguado, representado pela falta de gosto, que tem avançado, e conquistado
espaços impensados, que jamais em tempo algum alguém imaginou, que fossem
paraísos destinados a procriação de aberrações, e assim pudessem ultrapassar
limites.
E
é justamente essa ausência de gosto, ou presença de mau gosto, que nos tem levado ao
desgosto.
Desgosto
não com significado de ausência, mas traduzindo um estado de descontentamento,
de aversão, de repugnância mesmo.
É
nesse aspecto que no dia de hoje o mau gosto me chamou a atenção, quando fiquei a frente da
primeira ornamentação “NATALICARNAVALESCA”
do calçadão da Rua Coronel José Dutra.
Que coisa horrorosa! Custa-me acreditar
na sua existência e, confesso que estou vivendo esse confronto do que é bom ou
excelente, como o péssimo. E fiquem sabendo, que para se chegar ao péssimo e horrendo é bem mais fácil,
pois basta apenas que nos assentemos numa cadeira e passemos a ordenar sem critérios.
Será
que esta é a atual produção cultural? Se for muito eu lastimo, pois à produção cultural exige muito, e o que vemos é a sua banalização,
já que está resumida no emprego de material metalizado ultrapassado, colocados pelas marquises
e postes.
O
outro absurdo alcança o topo da Rua Coronel José Dutra e termina de forma
horripilante, pois fere um dos nossos cartões postais.
Se
você ainda não reparou, observe do calçadão o alto do morro da igrejinha de São
José, e veja o crime cometido contra o patrimônio cultural.
Onde
está o Conselho do Patrimônio Cultural? Pensei que existia! Ah! Mas onde está a empresa
de consultoria contratada para esse fim? Será que depois do insucesso da aventura do tombamento em
massa, empreendido no entorno da Matriz resolveram partir?
É um crime contra o patrimonio cultural essa absurda construção ao lado da igreja de São José, um ataque atômico a uma arquitetura de
quase cem anos, atingida por um galpão metálico, de um mau gosto assombroso, cuja
aba lateral ultrapassa limites, e chega ao absurdo de interromper a visão
integral desse cartão postal de cidadezinha do interior mineiro onde a
igrejinha é o centro das atenções.
Mais
uma vez custo a acreditar no que vi. Eu queria tanto não falar nada! Mas o que
posso fazer se eu sou provocado? É um absurdo! E absurdo é que não falta!
ASSIM O BOM GOSTO PASSOU LONGE, CORREU LÉGUAS, E
CHEGOU SÓ O MAU GOSTO, E COM ELE O DESGOSTO!
Nenhum comentário:
Postar um comentário