SERÁ MESMO QUE ELES MERECEM SÓ ISSO?
Por José Carlos Barroso
A Câmara de vereadores são-joanense esteve
reunida nesse dia 14 último para discussão
e votação da revogação da Lei que criou o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA no município
(feriado municipal), quando então deparei no face book, com uma postagem de um
de nossos nobres representantes e, já lhes adianto, que nada há de pessoal
contra quem quer que seja. O debate deve estar sempre voltado para o campo das
idéias e jamais para o das pessoas Vejamos ipsis litteris:
Que
me desculpem os que pensam contrários, mas não se constrói um País através de feriados
como querem, ou pensam para que fiquemos livre do trabalho, corroborando e
endossando a apatia e a inércia. Um País
se faz com trabalho digno, com muita consciência e, com respeito a todos de uma
comunidade jamais com feriados que só fazem por empanar essa macula absurda
chamada ESCRAVIDÃO.
“Não precisamos de um dia de consciência
negra, parda, branca, albina, ou amarela, precisamos de 365 dias de CONSCIÊNCIA
HUMANA!!” Pensem nisto Senhores Vereadores antes de tratarem de temas complexos
como o presente!
Meus
prezados, o respeito, a dignidade deve ser à base da eqüidade que esse povo
sempre sonhou. A homenagem que Vossas Excelências querem imprimir como autoridades
representativas do povo deveriam ser a de não permitir que todos esses nossos
irmãos negros venham ser subjugados e, humilhados como foram.
Desculpem-me,
mas não há nesse pensamento, a mínima consciência e, sim a maior das
inconseqüências, ou o maior dos equívocos, infelizmente!
Sejam
sabedores, ilustres representantes do povo, que esta “homenagem” se é assim que
a chamam, é muito pouco para um povo sofrido e humilhado, vocês acabam de lhes
dar uma pílula consoladora de farinha e água depois que eles viveram as pechas
da incompreensão sempre contrárias ao bom senso, à razão, e a verdade.
Para
terminar, e para que todos tomem conhecimento, orgulha-me o sangue que corre em
minha veia, o sangue do povo de ZUMBI, orgulha-me ser parte de uma
miscigenação, orgulha-me mais ainda ter sido criado por uma “mãe do coração”,
que talvez alguns de Vossas Excelências tenham conhecido – a LALA - um doce de nome,
de quatro letras apenas, assim como o AMOR, para um doce de mulher, mulher
pura, meiga, simples, uma digna representante desse povo negro, que
emprestou-nos o sangue para vivermos, que deu-nos a dignidade para sermos gente,
e abominarmos o pesadelo que viveram e ainda vivem.
As
minhas homenagens não deixarão de existir, mesmo e principalmente que seja
contrário a esse “feriadozinho” que pouco, ou nada representa perto da
magnanimidade do coração dos homens e mulheres dessa raça de beleza e
significado imensurável!!
O
que espero e que possamos continuar a viver os ideais do povo negro, os ideais de LIBERDADE!
LIBERDADE!!!
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