*Por José Carlos Barroso
Há
palavras que muitas vezes não são aceitas por algumas pessoas, notadamente por
aqueles que soberbos se acham tão importantes a ponto de não tolerarem que o
diminutivo venha acompanhando o seu tão “sagrado nome”, como por exemplo, filhinho,
apelativo carinhoso para filho que transmite uma ideia apreciativa.
O diminutivo dá uma ideia de pequenez,
e mesmo que seja empregado de forma apreciativa, e até mesmo carinhosa, não é
visto com bons olhos principalmente por aqueles que se julgando poderosos não
os concebem.
No mundo político é possível se
encontrar exemplos como o do advogado
norte-americano Robert Fitzgerald
Kennedy, que não gostava de ser chamado de Bobby. Não se importava com o Bob
(mais ou menos o nosso “Beto”), mas irritava-o essa coisa de Bobby (seria o
“Betinho”). Robert Fitzgerald Kennedy aparentemente não
tinha motivos para se aborrecer com um simples e simpático diminutivo.
No Brasil,
há alguns casos análogos, mas especialmente um chama-nos atenção, vez que
envolve um político, que pretende concorrer às próximas eleições presidenciais,
e estando em plena campanha, já fala quando nada como pré - candidato de seu
partido, o PSDB.
Quanto a
sua vida política pregressa não podemos acreditar que será ele aquele que pode
mudar tudo, pois esse estilo revolucionário não lhe cabe, até mesmo porque sua
historia não o expõe sob esse prisma e, o diminutivo lhe traz certamente um
certo desconforto, podendo inclusive sufoca-lo.
Contam os
bastidores políticos que o candidato presidencial do PSDB, maior partido da
oposição, o senador Aécio Neves, não
aceita ser chamado de "Aecinho".
Tem credenciais suficientes para ouvir com naturalidade e até com alguma
gratidão o apelido de infância, mas prefere agir como o macho que sobe na
cadeira ao ver bichinho a rastejar ao chão.
Certo é
que ninguém conhece as razões das fragilidades de cada um mesmo que investido
de poder, ou famoso por suas defesas em razão do povo e, das instituições, ou
seja, dotado de propósitos para empreender uma grande transformação.
Assusta-me,
uma obsessão desse tipo, ou seja, a de não querer parecer mortiço, ou uma
pessoa de hábitos comuns, pois essa fraqueza pode estar camuflada ou, escondida
e hora pra outra acabe revelando um comportamento radicalmente contrário.
No poder,
a fraqueza costuma se disfarçar numa fala colérica ou gélida, e assim promover o
distanciamento daquele que ao discursar está camuflado pela propaganda, e pela
intimidação numa tentativa de superar dificuldades comuns.
Os
negócios de Estado, talvez por um entendimento degenerado do conceito da “ética
da responsabilidade”, tornam os políticos distantes demais da simples e mortal
humanidade. Burocratas e políticos
abusam de suas posições nos contatos com o público e, passam a operar tão longe da vida real, que o ser humano
lhe é um ser secundário.
Nos conta
a historia, que em um debate na TV com o candidato petista Patrus Ananias,
quando os dois concorriam à prefeitura de Belo Horizonte, Aécio se aborreceu ao
ouvir de seu adversário político até com natural naturalidade, chamá-lo pelo
perigoso apelidinho de AECINHO, e aí
retrucou ele. "Por
favor, o senhor não me chame assim! Exijo respeito".
O que deve
passar pela cabeça desses “homens poderosos”? Será que têm medo de que essa
forma de tratamento coloquial, normalmente tão bem-vinda, deixe escapar neles
alguma fragilidade?
Vá se saber!!
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